Ao tentarmos analisar os possíveis motivos para a queda do nível do basquetebol praticado no Brasil e principalmente no Rio de Janeiro, buscando soluções, percebemos uma elitização que vem crescendo no basquete carioca.
O custo dos materiais fundamentais para existir uma quadra( piso, tabelas, aros, Etc...), já desestimulam prefeituras e até mesmo escolas de construírem quadras para a prática do basquetebol.
Os materiais para quem pratica, bermudas, camisas, tênis apropriado e as bolas, pesam no bolso de qualquer família.
Os próprios clubes, filiados a federação, são obrigados a cumprirem exigências, onerosas, que são normais para se ter um campeonato padronizado: pagamento das altas taxas de arbitragem antes do início de qualquer partida, bolas de determinado fabricante, vestiários para visitantes e árbitros, energia elétrica, água potável e para banho, placar eletrônico e de 24 segundos, Etc...
Esses custos que todos os clubes arcam com a base, geram nos clubes, um equivocado anseio para que cada modalidade consiga obter recursos, no mínimo, para pagar o que consome, sob pena de extinção da modalidade.
Muitas idéias são criadas, escolinhas pagas, associação de pais, convênios com escolas e raramente, a busca por patrocínios.
Os clubes e seus departamentos sociais, deveriam ter a noção, que as modalidades esportivas, não geram só prejuízos, mas também lucro.
A circulação de pais, irmãos, amigos dos atletas, uma vez frequentando o clube durante os treinamentos e/ou jogos, consequentemente geram lucro, ao bar, restaurante as lojas e podem ser incentivados, dependendo da estrutura do clube, a comprarem títulos de sócios-proprietários.
Esta atual( a partir do ano 2000) "moda" praticada pelos clubes, geram alguns problemas que podem ser determinantes para a queda de nível do basquetebol, no Rio de Janeiro.
Somos a favor das associações de pais, que devem ter o direito de juntos darem a visão dos pais e opinarem sobre a modalidade que seus filhos praticam, mas jamais ter ingerência nas decisões dos clubes.
Porém, se são eles quem rateiam e custeiam a modalidade no clube, nesse mundo capitalista, é até justo quem paga mandar.
Como deve ficar a cabeça do técnico, no início do ano, na hora de dispensar um atleta onde o pai contribuiu para o pagamento do seu salário?
Na hora de recrutar atletas, os pais dos novos integrantes da equipe são avisados que existe uma mensalidade?
Se essa família não puder pagar, manda embora ou os outros pais agregam esse valor?
Imagine o técnico na hora de escolher os 12 que vão jogar, estar em dúvida entre o que tem o pai que paga o seu salário e o que não paga?
Esse modo de atuar, em algumas associações de pais, na nossa visão, tornam o clube fechado e elitizado, vulgarmente chamados de "panelinhas".
Os convênios com as escolas, oferecem aos atletas o maior benefício que um atleta pode ter: Uma bolsa de estudos em escola particular. Em contrapartida, a escola usa as quadras e até mesmo o ginásio para as aulas de educação física, festas juninas, achatando ainda mais, os horários de treinos que já são divididos por todas as modalidades, na maioria dos clubes, em um só ginásio.
Captar recursos via um patrocinador para o esporte de base, sem exposição na mídia e consequentemente, sem oferecer o retorno aos patrocinadores é complicado. Se os clubes disputassem o adulto, com intuito de divulgar essas marcas e também para incentivar os atletas da categoria de base a permanecerem nos clubes formadores, incentivar a prática da modalidade em crianças que ainda não se apaixonaram pelo basquete, poderia ser uma solução.
As quadras públicas estão praticamente em extinção e até nas escolas públicas onde existe uma quadra, a maioria delas, tem as tabelas e aros danificados ou nem existem mais.
Os projetos sociais onde se tem a opção pelo basquete, não tem o foco nos fundamentos, e sim em tirar as crianças do ócio ou de perto dos "ídolos do tráfico", o que acabam formando apenas "peladeiros".
Nós do Cesta Fácil, conseguimos ver lógica em todas as opções criadas pelos clubes para solucionar as dificuldades financeiras, menos nas escolinhas pagas.
Nossa equipe foi visitar as escolinhas de alguns clubes federados e não vimos, em nenhum deles, uma quantidade maior que 20 alunos matriculados no basquete e a de maior valor cobrado era de R$ 60,00. Observamos também que a maioria dos alunos tem 16 anos ou mais e que em apenas um dos cinco clubes visitados o técnico da escolinha é o mesmo das categorias federadas do clube.
Oras! Esse professor é remunerado. O salário mínimo é de R$510,00, sobram no máximo R$690,00 para os clubes por mês, o que não paga um dia de jogo, com as três categorias.
Os clubes formam os pre-mirins, apenas com as raras crianças menores de 12 anos que podem pagar uma escolinha!?!?
Essa segregação imposta pelos clubes, aos iniciantes menos favorecidos , vale a pena?
O Brasil já não tem a cultura do basquetebol, os jogos não são transmitidos pelas emissoras abertas, mesmo assim, ainda temos crianças de baixa renda que gostam do basquete, mas são literalmente boicotados pelos clubes.
Qual a chance dessa criança, jogar basquete?
Nós fazemos as críticas e também sugerimos mudanças a serem analisadas:
Assim como nos transportes coletivos, existem regras que garantem a gratuidade de acesso aos estudantes de escolas públicas, os clubes deveriam adotar essa regra, visando uma acessibilidade maior para as crianças que não podem pagar uma escolinha e ainda nutrem o sonho de se tornarem jogadores de basquete, que tal?
Por enquanto, com os jovens de baixa renda sem condições de aprender os fundamentos, torna-se impossível que estes, participem de equipes federadas. Com apenas a elite tendo essa oportunidade, o basquete fica a cada ano, menor em todos os sentidos.
13 comentários:
Prezados senhores autores do blog cesta facil, acreditando sempre no melhor para o esporte que amo tanto, tendo participado por toda minha vida deste processo de definhamento, motivos que me afastaram do basquete, venho louvar atitudes positivas e de incentivo ao esporte, por que alias bater em cachorro morto é realmente uma cesta bem facil, mas tenho por crença que devemos sonhar e colocar em prática todo nosso poder de criação para encontrarmos soluções para tentarmos seguir num caminho onde se possa ter esperança.
E percebo que o blog está começando a se preocupar com isso, quero dar minha contribuição, sugiro que se crie associações de clubes e arrumem um jeito de pleitear junto as esferas governamentais isenções de quaisquer natureza para aquelas agremiações que colocarem atletas de baixa renda para a prática do basquete, enfim é só uma idéia, para os pensadores fica o desafio.
agradeço a oportunidade de poder haver um canal onde os amantes do basquete possam expressar seus pensamentos, suas críticas e suas idéias.
Muito bem colocado meus amigos do Blog...percebesse que o clube não dá muito valor a aquela criança que não tem nenhuma condição de pagar nem a passagem direito para ir treinar.Os clubes deveriam invistir mais nesses jovens atletas com poucas condições pq são geralmente esses que se tornam grandes profissionais e se dedicam mais ao esporte dando um valor maior do que dos jovens mais favorecidos....se os clubes pensam dessa forma,que esses jovens não dão retorno é uma pena pois não há retorno maior do que ver esse jovem em um time profissional seja nos estados unidos,seja na europa...
Fico feliz em saber que esse blog pensa muito nessa garotada...sabemos que o futuro do basquete esta neles...então deveria existir um investimento maior em cima deles até para motivar ainda mais a pratica do esporte..
Sensacional a matéria, assim como, os comentários. O Pretin tocou no assunto muito importante, que a Associação Carioca de Basquete de Base, onde teríamos toda a força e o respaldo para captar recursos.Eu sempre fui a favor deste tipo de cooperativa, confraria, enfim como acharem melhor o nome. E é o momento certo para se pensar em um projeto como este. Se esta nossa voz ecoar, contem comigo para colocar a cara para bater.
Marquinhos, sensacional foi o seu time hoje(ontem).
Parabéns a todos os envolvidos, atletas, comissão técnica, pais, diretoria, enfim, a todos que participaram dessa importante vitória e nós acreditamos que foi com "cheiro de título", parabéns!
Excelente texto, excelentes comentários. Não somos ilhas, temos que formar a rede. Inclusão é tudo.
Vejo muito o atleta menos favorecido financeiramente ser tratado pelos pais da panela e muitas vezes pelo clube como funcionário. Ainda uma visão pequena e escravocrata. São todos rapazes e com os mesmos sonhos de uma vida próspera e feliz, preferencialmente jogando basquete.
É nosso dever incentivar e apoiar. Não! Mais: é nosso dever, como sociedade, viabilizar.
Parabéns a todos que postaram e parabéns ao Cesta Fácil pela contundência, sensibilidade e inteligência do texto.
Rejane.
Devido as circunstâncias sou forçado a concordar com algumas pessoas.
Vejo que a primeira solução seria baixar ou acabar com muitas taxas que existem na federação, este e o primeiro caminho assim os pequenos clubes poderiam tentar montar as equipes de base como mirim e infantil que e mais econômica.
Segundo passo, e a busca de patrocínio de porte pequeno ou seja a busca de placas publicitárias nos ginásio e nas camisa de jogos e treino num valor menor mais em grande quantidade.
Terceiro passo, e simultaneamente ter um Ong, ou associação por de traz para captar recursos do governo com projetos sociais costuma sempre ser fácil de desviar verba para o basquete.
Quarto passo, uma boa escolinha com núcleo avançados da uma boa renda também.
Quinto passo, tentar trazer um técnico bom formador e bem barato o que hoje a maior dificuldade.
Sexto passo, fazer parcerias com clubes parados costuma funcionar novo sentido de treinamento e mais tempo de treino e material esportivos.
Sétimo passo, buscar afinidades e permutas com colégios particulares eles costumam ajudar ate mesmo financeiramente não muito mais o que vier ajuda.
Bom acho que já dei minha contribuição se alguem ai sabe mais seria ótimo que coloca-se aqui precisamos aquecer o debate para buscarmos uma solução.
Saudações rubras.
A algum tempo atrás, entrei em contato com algumas pessoas que são os homens de comando de equipes e/ou agremiações, que fazem basquete de base no Brasil. Na verdade estes contatos se iniciaram no curso nível 3, no qual eu tive o prazer e a honra de participar. Todos eles, com
unânimidade, acharam a idéia de uma formatação de uma Associação de Basquete de Base Nacional, seria de uma grande valia.Não levei isto adiante, por diversos fatores de dificuldade. Mas tenho a certeza, que uma associação estadual. seria super viável e esta poderá ser uma grande e boa saída para o nosso Rio de Janeiro.
Vamos tentar viabiliza-la, para isto conto com o Cesta Fácil, e as pessoas que poventura comungam desta pensamento.
Excelente iniciativa,alguma coisa tem que ser feita !!
É preciso construir uma alternativa, o contra ponto ao que está ai, pois o basquete do Rio já faliu a muito tempo !! Não basta dizer que tens consciência que está tudo errado, é preciso de forma coletiva MUDAR !!
A entidade representativa dos interesses dos filiados deve repudiar qualquer iniciativa de um projeto pessoal, que ela seja protagonista de boas idéias que facilitarão de forma permanente a busca de soluções imediatas e de longo prazo.
Que o foco seja sempre na importância social do esporte na formação do jovem promissor, e oportunizar o acesso ao Desporto Olímpico de auto rendimento – na modalidade basquete.
Mãos a obra !! Saudações basquetebolísticas !!
Se realmente for um projeto serio com pessoas serias e que realmente são do meio do Basquete e não paraquedistas do basquete eu apoio apesar de achar que ainda não e solução , mais sim um bom começo já que não existe outras opções.
Fundar uma associação hoje e a coisa mais fácil, o complicado e quem vai fundar esta associação.
Associação, por que não fundar uma liga de Basquete de base e fechar a federação de vez ja que esta falida e com divida de arrepiar os cabelos????
Quando se fala em criar uma associação carioca de clubes de basquete, não é retalhar e ir de encontro a federação, até porque para quem não sabe, toda liga ou associação de alguma modalidade, tem que ser chancelada e respaldada pela sua federação estadual, para a mesma ter um valor oficial. Quando se fala em associação, é para que a mesma, junto a sua federação, tenha um papel importante na captação de recursos, colaborando e abrilhantando com os campeonatos estaduais. É poder realizar cursos, palestras , clínicas, congressos, não só para os teinadores envolvidos, para os atletas dos vários clubes de nosso estado. É realizar eventos para o desenvolvimento de toda a classe basquetebolistica, a fim de , dar melhores condições a todos que militam nesta modalidade.
A Titulo de conhecimento, vou tentar explicar como vai funcionar esta excelente ideia do meu amigo Marquinhos.
Como já era da nossa pretensão a ideia da Associação e Simples.
De Acordo com o Estatuto da Federação, CAPITULO IX – SEÇÃO II: DAS ASSOCIAÇÕES.
Art. 36 – As entidades e organizações desportivas ou comerciais, constituídas nos termos do artigo 21 da lei nº 9.615/98, vincular-se-ão a FEDERAÇÃO, devendo preencher os seguintes requisitos, desde que que não sejam independentes.
PARAGRAFO ÚNICO – São condições indispensáveis para a filiação:
a) ter personalidade jurídica comprovada;
b) ter seu estatuto em harmonia com as leis emanadas da Confederação Brasileira de
Basquetebol e desta FEDERAÇÃO.
c)ter Diretoria idônea, composta, salvo hipótese prevista na legislação vigente, de brasileiros, cujos nomes e profissões deveram constar do requerimento de filiação, sendo obrigatório que a função executiva seja exercida exclusivamente pelo Presidente;
d) não conter em suas leis nenhuma disposição que vede a entrada ou restrinja o direito
associados;
e) possuir sede social e instalações ade quadra para a pratica do Basquetebol, de acordo com os
regulamentos oficias da FEDERAÇÃO;
f) apresenta, instruindo o pedido da filiação, um exemplar dos estatutos em vigor, desenho do
pavilhão social, do uniforme, das flamulas, das insignias e as respectivas cores;
Art. 37 – O Pedido de filiação devera ser firmado pelo Presidente da associação, com as provas de que preenche todos os requisitos do artigo anterior e com o pagamento das taxas de filiação.
Art. 38 – Uma vez aprovada a filiação, a Associação requerente passara a gozar de todos os direitos e a submeter-se a todas as obrigações.
Diante disto o que eu quero dizer ao senhores que, assim que for eleito esta Associação sera sim criada com a finalidade de captação de verbas para o Basquete do Rio de Janeiro, e para gerir o Campeonato Carioca de Base podendo se estender ao Adulto.
E mais importante, ao nascer esta Associação iremos criar nesta nova entidade de Basquetebol, o Auto Conselho Técnico, composto somente de Técnico , este ficaram responsável pela criação de normas, Técnicas e administrativas para que o novo campeonato carioca de base seja um sucesso assim como esta sendo a NBB e a NLB.
Exatamente.Não podemos deixar de falar que tudo começa pelo lazer, só se cria uma relação especial com o esporte, quando, oras, se tem uma relação. E como foi falado, praticamente não temos mais quadras públicas!
Eu mesmo já desisti de chamar amigos para jogar basquete, pois já estou cansado de rodar lugares na zona norte do Rio que antes tinham quadras povoadas, como a Sulacap, e só ver destroços de tabelas sem aros.
É lamentável o estado do Basket no Rio.
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